terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Peça de teatro: "Os Ovos Misteriosos"

NARRADOR - Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho. (1) GALINHA - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente gulosa, COCOROCÓCÓ. Vou fugir. NARRADOR - Quando a dona entrou na capoeira, como de costume, fugiu e só parou na mata. Logo aí tratou de fazer o seu ninho. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se nele e pôs um ovo muito branquinho. GALINHA - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me traz de comer. NARRADOR - Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos de todos os tamanhos e feitios. (2) GALINHA – Cocorocó… Que vem a ser isto? Na minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte. NARRADOR - E logo se aninhou. O tempo foi passando. Até que … crac! O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido. (3) GALINHA - Cocorocó… Ai, mas que filho, eu até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio. (4) NARRADOR - No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura comprida e sarapintada. GALINHA - Cocorocó… Ai, mas que filho, como ele é diferente! Em vez de ser pinto é uma serpente. (5) NARRADOR - Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a cacarejar: GALINHA - Cocorocó… Ai, mas que filho, este é de truz! Em vez de ser pinto é uma avestruz. (6) NARRADOR - Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro? A galinha, curiosa, picou um deles. Mas ia caindo para o lado. GALINHA - Cocorocó… Ai, mas que filho! Deve vir do Nilo. Em vez de ser pinto é um crocodilo. (7) NARRADOR - Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último ovo. Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas: GALINHA - Cocorocó… - Ai, mas que filho! Diz o meu instinto que este finalmente é mesmo um pinto. Olhem a minha ninhada! É tão variada, é tão engraçada. PERDIZ - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. NARRADOR - Diziam a perdiz. Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles? Era feliz, mas vivia num desassossego. O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar. O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar. A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a poder ir buscar. A avestruz, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse. Só o pinto, se portava como um pinto. Mas ela de todos gostava. De todos cuidava. Tudo parecia correr bem até que apareceu um rapaz que ao ver o frango o agarrou. (8) GALINHA - Cocorococó (9)

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